Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

30.9.05

O Tempo

Tem que

Ter a tua

Passação.

Assim.

Cronos e logicamente.

Mas isso não é uma obrigação.
É assim e pronto.
Atropelando, atravessando, passando.

Por cima, por baixo, pelo meio.

Com tudo,
mas não de repente.

Na hora certa. Na hora acertada.
Por um grande mecanismo, que não fui eu que
decitic. Tá?

Quase de um novo dia. Quase uma nova suposição.

Uma abstração atrás da outra. Uma seqüência de imagens que ainda falam pouco. Muito pouco.

Mas querem falar. Correm atrás de uma linguagem. De uma linha de pensamento.

Pensamentos dançam. Como o meu corpo quer dançar. Quer se mexer.

Quer musicar. Quer filmar. Capturar as imagens que a vida diz. Agora, escrevo por escrever. Só pra colocar pra fora algumas angústias de um dia parado. De um dia de descanso depois de muitos de agito. De an-sossego. De non-sossego. De desassossego. De insossego. De nada.

Obrigada.

22.9.05

E mais um dia aconteceu.

Estive pensando nas diferenças que acontecem nas cabeças, quando um dia é vivido mais de uma vez. Quero dizer. Quando um dia é vivido várias vezes. Como um ensaio de peça. Que a gente repete, repete, e vai sorvendo aquilo. Como se fosse nossa vida. Como se fosse só aquilo naquele momento. Só aquela verdade. E aí a gente repete, repete. E o dia sendo igual, começa a ficar diferente. Começa a mudar. E a gente não percebe muito bem. E repete, repete. E aí olha pra trás e 'mudou'. E aquela certeza que a gente tinha de que aquilo era aquilo? Não existe.

E é tão bom sentir que mudou. Que é diferente. Na verdade, estou aí com uns planos na cabeça. E esses planos estão se desenvolvendo. O que é meio raro comigo. Minha cabeça vive planificando, projetando, ideiando as idéias. Mas parece que tem medo de colocá-las em prática. Ou não tem tempo. Ou odeia ficar repetindo o dia. Porque quando projeta, quer fazer logo. Mas precisa repetir, repetir. Repetir o dia, eu digo. Viver os dias. E experimentar. Porque minha cabeça é jovem. É ansiosa. É nervooosa. E odeia ficar fazendo a mesma coisa todos os dias.

"Todo o dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã e sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã", tava tocando no som agora.

Mas voltando. Odeia e não odeia, porque quando percebe que evoluiu. Que cresceu, que mudou, logo se acostuma com todo dia. Tem dias que o mesmo dia cansa. E aí, tem que saber se este dia já passou ou se ele ainda nem aconteceu.

19.9.05

É simplesmente impossível...

Porque?

Não sei... Justamente, não sei.
Já tentei explicar.
Já tentei entender.
E às vezes não penso nisso.
Às vezes penso, mas vou vivendo.
E às vezes, pra pensar, tenho que parar de viver.

Dizem que enquanto penso, vivo.
Penso, por isso vivo.
Penso, por isso existo.
Mas eu não sinto.
Eu não acredito.


Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.
A-a-a-a-a-A-a-a-a-a_a-A-aa-a-a-A-a-a-A-a-a.
É a vontade que tenho de gritar. De chorar.
Não sei o caminho. Não sou o caminho, não.

Maldito palco.