Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

31.1.06

Postagem nova.

Para uma nova postagem tenho que ter espaço.
Para uma nova postagem devo ter tempo.
Para uma nova postagem são precisas as estórias.

Postagem sem selo.
Enviada correndo pelos Correios,
Ao destino etéreo de mentes conurbadas.

INTERROMPIDA

É com zelo, com apego, com paixão,
Que deixa de ver com os olhos de ontem,
O que um dia guiou sua vida.
Que aprende com urso aos braços,
A enxergar mais palmos diante de si.
E mais,
E mais,
E mais,

INTERROMPIDA

Até a cura da miopia convexa de seus doces olhos marrons.

26.1.06

Num êxtase.
Com ênfase.
Em fase,
nova fase.

Ela existe.
Ela brilha. Ela sonha.
Ela ouve. E transforma.


De tristezas vive passos.
Que rumam caminho,
de felicidade plena.

E é feliz. Aos pouquinhos.

- 'Gradece o 'gora.
- 'Grandece a 'arma'.

O diz a alma simples,
do grandioso sábio do agora.

22.1.06


Quando estava na janela


Quando estava na janela,
à espreita.
Quando estava na janela,
sentindo.
Quando estava na janela,
sonhando.
Quando estava na janela.
Quando estava só ela.
Quando era singela.
Quando via cautela.
E chorava em seus olhos toda a querela.

Não havia. Não se via.
Permitia.
Era fria.
Sombria. Com a cor,
que escorria.

A cor clara dos olhos escuros.
Da tristeza amarela.
Quando chorava aquarela.

Ela queria.
Não sabia.
Ela pedia.

E não tinha.

Um adeus pra ela.

19.1.06

De alguma forma, as coisas começam a voltar para o lugar.

Não exatamente o mesmo lugar que faziam parte. Os lugares precisam ser mudados de vez em quando. Trocados.

Nada fácil.

De agora em diante, uma nova busca. Um novo horizonte.
E corações ligados em espírito.
Agora sim.

12.1.06

Nossa.

Ela está passando por momentos difíceis. Ela está sofrendo um sofrimento acumulado. Um sofrimento apertado. Algo que ela já sentiu, mas teve tanto medo, mas tanto medo que não teve coragem de olhar para ela mesma. Ela teve muito medo da solidão. E com isso viveu desesperadamente estradas alternativas que não a sua. Ela nunca deixou de procurar. Ela nunca desistiu. Mas olhava na direção errada.

E agora descobriu o mais incrível. Que todas portas nas quais bateu, foram abertas. Todas as portas a receberam com um abraço apertado e um carinho disponível. Um amor que ela não sabia estar lá. Na verdade, ela não sabia que podia usar. Que podia aproveitar. E foi valioso demais. Porque com todo seu pesar, toda sua intensidade, não houve uma pessoa sequer que ela não tenha feito sorrir. Ela faz isso. Às vezes chorando, como agora. E aquelas portas que ela não pôde fazer sorrir nesses últimos dias, ela fez chorar. Um choro saudável. Real.

Hoje ela não sabe o que será da sua vida. Mas está começando a sentir que os caminhos sempre chegam a um ponto muito difícil, com muitas pedras. E finalmente ela começa a acreditar que pode removê-las e rearranjá-las (como boa arquiteta que é) de um jeito nunca dantes visto. Do seu jeito especial.

Ela precisa agora estar consigo mesma. E descobrir a verdadeira preciosidade que é.


(Eu só tenho a agradecer a todos que estiveram verdadeiramente ao meu lado. Eu sentia a falta de vocês, porque não conseguia estender o braço para alcançá-los. E agora que alcancei, vou demorar a largar. Mas não deixarei de fazê-los sorrir. Nunca.)

11.1.06

Ah! Como ela é intensa.

Ela está culpando pessoas de um jeito irracional.

Ela pede perdão.
Mas é ela quem deve perdoar.
A ela mesma, por ser assim.

Deve aceitar as diferenças de um coração especial.
De uma estrada que ela cruzou.

Ela deve ser firme. Ela deve ser forte.
Ela deve estar sozinha para entender a si própria.

Ela sabe o que é melhor pra ela.
Ela aprendeu que pode amar.
Ela sofreu como sempre acreditou ser um caminho.

Ela é corajosa. Ela é forte.
Ela chora. Num desespero que permitiu.
E ela escreve sua vida. Numa colcha.
Uma colcha que vai acalentá-la quando for dormir.
E ela vai continuar a querer.
Ela vive assim. E ela ama.

Vai amar sempre.

7.1.06

Mas terminamos.
E é só desânimo.

Não há procura.
Não há luta.

Houve promessas. Houve amor.
E agora, só o silêncio. De um dia inteiro.

Que demora a passar.
Que incomoda a passar.

E ele não está mais lá.
Ela ligou. Ela brigou. Ela falou.

E tudo o que ela disse estava errado.
Estava passado.
É talvez futuro.
E ele,
- Ele não acredita. Como sempre.
Porque dói.

Mas ela,
- Ela fala demais.

Ela sofre demais. Ela pede demais.
E apesar de ter avisado antes,
Ela sabe demais o que ela quer.
(infelizmente)
- Mas ele não acredita.
E ele não tem mais.

De nada sabemos sobre o futuro.
Apenas aquilo que realmente queremos.
Porque se pode fazer acontecer,
Desde que se queira.

(Um pedido quase desesperado,
de alguém que fica triste com os desatinos dessa vida)

4.1.06


É como se tudo começasse de novo.

A vida da gente se dá em ciclos.
Vemos isso na natureza que não está mais lá, assim,
Tão presente.

E quando não temos um ciclo, criamos.
Inventamos.
E prometemos e pedimos.
Rosas ao mar, objetos de afeição.
Santos, deuses, preces, ritos.

Sete ondas.
Panetone.
Peru e família.
Corações apertados.
E risos frouxos de sidra.

E nada disso é mais que o tempo a passar.
E nós a senti-lo. Acariciá-lo.
Respeitá-lo.

E transgredi-lo.

Começamos e começamos e começaremos.
Mas carregando o que passou,
Como pedras.
Conchinhas.

Alguém aí já disse que vai construir um castelo.

Eu?
Eu vou primeiro construir minha casa.
Com as pedras, e com as pessoas da minha vida.

Aquelas que observo,
Aquelas que me alimentam,
Aquelas que me amam,
Aquelas que eu amo,
Aquelas.
Todas elas.

E tudo começa de novo,
Sem ao menos,
Ter terminado.