Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

28.8.07

exhaustion

"Firmly trying to stand up and count all the stars
i can see in one hand."




Olhei embaralhada aquele balde d'água.

Resisti calmamente o Instinto. Era como se fosse a primeira vez que sentira aquela dor. Na realidade não era. Nem a segunda, nem a quinta. Também não era a mais forte. Latejava. Sim. E agora eu já não sabia se era porque estava acostumada, ou porque já conhecia, ou estava mesmo calejada. Que a dor não mais incomodava quanto antes. Percebia apenas que ela havia se espraiado. Tinha descido para o Estômago. E aí o que era aperto abstrato virava ácido vazio. Uma gororoba de irritação ansiedade nervosismo e prostração. Carne. Tradução do espírito impresso no Templo que o carrega. E agora a força não era mais da vã esperança. Não. A força tampouco vinha da raiva. Sustentada sim por umpouco de irritação. Que por sua vez preenchia o inocente do Estômago. Ela vinha. Estranhamente. De uma falta de conexão. Com o mundo. Desligamento encruado cheirando a queimado. Da existência briosa.

Me afoguei esquecida naquele balde d'água.

"E a água
me sorveu, completou, me coagiu."

25.8.07

Silêncio

"...ou resgatam o trauma da boca calada"


Nova casa...

Qual cardápio...

Palavras fogem...

Perseguição...

Ontem fui ao...

Retomando fôlego...

Mantenha...

Renove de solidão...

Firmeza de espírito...

É o pós...

Duas pílulas pela manhã...

Te acalma...

E aí?

É que dói...

Demais...

Eu já sei...

Não, não sei...

Dois passos para chegar...

Milhões de passos a seguir...

Ainda há muito tempo...

Pouco tempo...

Por que?

7.8.07

Saudade do simples

O cursor pisca,
espreita novo toque.
Nova ordem.

Gargalha a falta de assunto.
O bloque-de-alma. A inexistência de outro.

Desapetite.

Grotesco sentimento de nada.
De vazio.

De dá-licença,
me deixe finalmente passar.