Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

9.4.09

roteiroteirodeio

mulher suja, trinta e poucos anos, sentada à beira da cama, observa a passagem de luz rarefeita que rasga o negrume de chão-e-porta. vemos seu rosto parcialmente iluminado.

- eu queria ligar para alguém.

a passagem do tempo é marcada pelo movimento visível que a luz provoca no negro presente entre porta-e-chão. a mulher ainda sentada, mais cansada, observa essa luz de passagem. vemos seu rosto parcialmente iluminado.

- palavreio. porque minhas palavras cessaram? falta um quê de devaneio. epifania. é que parece que meu freio pifou: ao invés de deixar correr, não arreda mais me impedir.