Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

12.11.09

terça de noite

Caminhava de nariz empinado.

E a baiana estendida no sargaço
de beira de céu, Largou do talo, rainha?,

Avoei, padroeira!

Dobrando esquina,
estrelas. Minhas mãos nelas.
Com escorpião marcado,
câncer-terápico e galo!

Sonhei estes dias que descia uma escada e dava na areia.
O mar era preto.
Do lado direito um baú negro,
laqueado-estanque.

Andei por trás da caixa,
baixa no joelho,
entre mim e o mar.

Cheguei no fim da praia e tinha um espaço
entre o cubo e o fim.
Me escondi.

Foi daí que veio a baiana e você já entendeu todo o resto.
Cruzei a cruz no peito,
a dona chorou,
(e ela era eu). O céu se abriu,
de noite que era
e fuimembora.