Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

9.7.07

Do aquecimento global

Ouvi dizer que agora faço parte de um
grande plano de responsabilidade ambiental.

Para todo o lado me dizem
como.

Como devo tomar banho,
Como devo escovar os dentes,
Como devo separar o lixo,
Como devo limpar a minha bunda,
Como devo evitar a carne,
Como devo utilizar as praias, os parques, as ruas.

Dizem que eu devo parar de fumar,
dar carona para o meu vizinho,
ou andar de bicicleta, de ônibus, de metrô.

Fizeram um chou muito daora
com um monte de artista gringo,
e artista brasileiro-vendido,
para me convencer que o planeta tem que viver.

Cartilhas assim estão invadindo murais
de postos de saúde na periferia,
paredes de elevadores
de tudo quanto é predinho de classe média,
jornais,
revistas-de-fofoca tipo caras,
revistas-de-adolescente tipo atrevida,
revistas-de-mentiras tipo veja,
e o mais efetivo meio de formação de exércitos abobalhados:
a te-vê tipo globo.

"Idiotas do mundo: uni-vos!"

"Juntos e,
gratuitamente,
trabalhemos em prol da faxina do planeta."

"Diminuamos o consumo de água!
(Mas consumi, consumi, consumi os produtos que nós estamos a vos oferecer!)
Selecionemos os nossos lixos!
(Assim como selecionais os teus vizinhos!)"

E assim o planeta,
para uns poucos,
sobreviverá.

0 diz pra mim, diz

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