Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

7.10.14

quanto sorriso você me faz.

29.6.14

Há muito de sua alma em mim.
Vejo a hora em que encontrarei meu piano
para sentar de pé e ouvir.
Quando pés derretem no palco
e eu, vôo.

Carga completa
vou explodir.

Não importa se nem houver plateia.
Leitores, ouvintes, espectadores,
ninguém espera enquanto
e eu, sou.

16.8.13

hermesia

Piso pés nas superfícies,
todas as camadas de minifícies.

Vales empoeirados,
despodrecidos de vida,
guardam distância de mundos.

Meu sustento mais poderoso caleja.

Correr permite que a impressão de cada toque me suspenda.

Que asas, que nada,
com pernas de pau visito Saturnos.

26.6.13

autenticação das saídas

quantas são as pazes que faço todos os dias?
são os meus ques, os meus os e os as. as ligações explicadas.
os futuros resumidos os que mais incomodam.

estou hipósmata nos dias frios da cidade indefinida.
indefinição possessiva de única pessoa, a primeira, então não é a cidade.

equilibro caminhos de memória.
ah o hábito,
traçado indireito

a memória vai tardando, vai tardando, vai deixando, desapegando,
à descida dissolúvel,

e as asas insistentes em punho
(em pétalas vão-se desenhando)

é difícil laborar quando estão abertas.

esse cheiro, esse cheiro
esse cheiro é cheiro
o cheiro de
pouco
cheiro de
falta
cheiro de tempo.

29.10.12

Passei a semana lembrando que tinha escrito para mim. Que tinha que te responder. Do mesmo jeito distante e descolado. Com vozes de um pedido. Baixíssimos ecos de um abraço sincero, mas enterrado. Sonhei contigo várias vezes. Olhei dentro para entender o que era esse meu próprio pedido de encontro, de estadia. 

E percebo. 

Você é ilusão. 

Impalpável, inaudível com o mais cerrado dos olhos. Você é você em si mesmo. É esse que não quer. 

Fundamental água, dedicação e desejo. Provavelmente para mim, defino assim. 

Puro desejo de querer. 

Você não. É vazio demais amar você.

26.11.11

senti ontem,
os pingos de um i (res)guardado.

ontem,
aguardo.

6.11.11

chave

água flui sob,
que nesses cascos vivemos.

há muito tempo,
os meus eram pedaços podres,
sal me tragava.

agora à deriva-sobre.

finalizando a obra,
chamando pósocupação.

o curso muda devagar,
meu novo norte é Nadir.