Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

9.3.07

Face

Renasce incerta, impura, com máculas sem crer, percebendo que,
das cinzas escassas virá nova, de novo fluxo, novo corpo, concebida.
Retoma o passado como se visse ao longe o futuro que suplica
a tranqüilidade das imensas angústias que vividas nas esquecidas
voltas passivas e insalubres busca sua alma escondida em si.
Em si própria, em si mesma, sem justiça nem significado. Apenas só.
O mundo é protegido e não há mais ameaças. Somente mentiras...
Aprendeu a guardar: não tinha escolha, jamais suportaria. Ostenta o
receio encoberto. Avergonçosa, cheia de dedos, desmerecida.
Incompletude, vaziedades: Não obrigam mais que fales de si, de tudo.
Se já não te importas, te ponhas ao centro. E mantenha o silêncio.
Débil ou ingênua, é medíocre. Acredita no movimento ascendente.
Percebe engano. Cai a máscara e te dizem: remova tuas películas.
- Misture a massa, modele o engodo, purpurine. És manobrada! Sim,
construa tua casa, contribua com o nada. Seja e permita. Qual 'nos
façamos uma cidade!' não seria belo? Menos sujo? Contraditório...
Movimento que cresce, revolta que arma, insuficiência do sim, sim e
porque. Abro olhos. Caminho traçado, reconheço as pedras. Acordo.
Parada concreta. Ansiedade em espera. Arquiteta. Contatos de estetas.
Canetas corretas, querelas, palavras, retraço o projeto, acredito.
O confuso da obra, a visão do preenchido, vazão do vazio em rimas.
Te espero, em desespero pelos momentos que permeiam o real,
maria-meu-povo, meu outro, agora meu hoje e meu nunca.

És parte integrada, já e não antes, Revoluciona o sustento do mundo,
libera o casulo daquela que não está. Completa o ciclo e ninguém jamais
compreenderá.

0 diz pra mim, diz

Postar um comentário

<< Home