Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

7.9.07

Caminhão

Via aquelas faixas correndo brancas
o asfalto quente.

Vinham intermitentes ao meu encontro,
parecendo indicar um fim.

Um motivo.

Percorriam inebriantes cada fibra.

Da boléia eu sentia o peso.
Era o peso do percurso.

Da carga das frutas de fibras.
Atemporais.
Imediatas, urgindo
o final das faixas.

Que para elas era certo.

Faixas de asfalto branco.

Zombavam meus cigarros,
Engolindo todo sonho
qualquer sono,

Em todo-todo o tempo.

Regorgitando as companhias,
Em-mesmando todo caminho.

Caminhando. Não para o fim.
Nem para o propósito.

"Caminhando porque na vida se caminha."

É que eu não posso saber
que posso escolher
qual o fim do caminho.
O começo.
Nem o caminho.

1 diz pra mim, diz

Anonymous Anônimo disse...

Estar atento ao caminho, olhar em volta quem caminha lado a lado. E esquecer daqueles que já passaram.

13:50

 

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