Caminhão
Via aquelas faixas correndo brancas
o asfalto quente.
Vinham intermitentes ao meu encontro,
parecendo indicar um fim.
Um motivo.
Percorriam inebriantes cada fibra.
Da boléia eu sentia o peso.
Era o peso do percurso.
Da carga das frutas de fibras.
Atemporais.
Imediatas, urgindo
o final das faixas.
Que para elas era certo.
Faixas de asfalto branco.
Zombavam meus cigarros,
Engolindo todo sonho
qualquer sono,
Em todo-todo o tempo.
Regorgitando as companhias,
Em-mesmando todo caminho.
Caminhando. Não para o fim.
Nem para o propósito.
"Caminhando porque na vida se caminha."
É que eu não posso saber
que posso escolher
qual o fim do caminho.
O começo.
Nem o caminho.
1 diz pra mim, diz
Estar atento ao caminho, olhar em volta quem caminha lado a lado. E esquecer daqueles que já passaram.
13:50
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