Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

25.5.06

a morte da vidinha de cão

Eu queria estar menos triste para escrever. Mas palavras não páram de incomodar minhas pestanas.

Eu estive no passado.
Visitando momentos guardados.
Relembrando companhias queridas.
Revivendo presenças infantis e banhos na piscina.

Naquela casa onde os móveis eram brancos e imóveis.
Onde a sala inteira era de tijolo e de concreto.
E tudo pintado de branco.

A casa era grande. Maior ainda por causa da perspectiva.
E era uma companhia bem pequenininha que me acompanhava pelos novos momentos de uma vida nova. Nova vida.

Era incrível como ela olhava. Como ela sentia e como brincava.
Aquela mágica de querer fazer viver os bonecos inanimados de estante parecia realizada. E ela era incrível.

Que saudades daquela cumplicidade. Que saudades daquele ser tão diferente que beijava a boca de quem não queria. Que saudades daquele rebolado da mais pura e genuína felicidade.

Mas que mania de querer humanizar cachorro. Que mania de gostar de bichos como se fossem gente. Que coisa absurda sofrer quando eles se vão. É piegas.

Mas mesmo assim, eu amava a minha Zicadê... E ainda morro de rir com as suas piadas e sua imensa paciência em me esperar tomando banho. No banheiro. Em cima da roupa suja.

A minha fantasia infantil.

A minha pequenina fantasia infantil de companhia.

Aquela que eu amei tão rápido. E que ainda vou amar. E que aqui, me derretendo em lágrimas vou deixar. Como tem de ser.

1 diz pra mim, diz

Anonymous Anônimo disse...

interessante....

08:44

 

Postar um comentário

<< Home