Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

15.10.06

Para o cinema, com verdade

Ele vem. No meio da noite. No momento em que a vida pára e saímos ao léu. Saímos para fumar o ar livre. Tragando aos poucos. Tragando com prazer. Eu te espero. Mas não tenho certeza.

Ele vem e me surpreende. À minha frente, a cidade. Eu vejo a cidade enquanto fumo o vento. Ele chega e me envolve em seus braços.

Estou de costas para você. Meu coração dispara. E eu me sinto envolta. Envolvida de fato. Você está ali. Comigo. Te ouço respirar. Te escuto o coração. Pego em tuas mãos. Minha boca te espera. O meu corpo agradece. Não te quero mais perder. Você é meu. Só meu naquele momento. É só o que quero. Quero você, você. Não mais só a mim.

E com o maior carinho do mundo. O mais-possível, observa a cidade comigo. Eu choro. Feliz. E me viro. Para te olhar. Te beijo a testa. Te beijo o olhar, e sou beijada por ti. Um beijo tenro. Cúmplice. Amigo. Completo. E de verdade. Da mais pura verdade. Não precisarei de você em todos os momentos mais. Porque te terei assim, por inteiro, ao menos uma vez ao dia. Uma vez que saiamos para fumar juntos.

Tragar a poeira da cidade que não cessa.
Discutir a vida que os dias nos trazem.

0 diz pra mim, diz

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