Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

4.10.06

Prisão e um lamento

Como pedes para mim tantas definições?
Como exiges tão fortemente que tenha vivido tudo aquilo que não vivi?
(ainda)
Porque, então, deixo de ser pretensiosa para ser vazia?
Até que valha um só centavo na tua bolsa de valores?
E que valores...

Porque não dizes o que pensa?
Porque somes e não lamentas?
Porque consomes e não retornas?

Porque?

Não te direi jamais exatamente quem sou.
Terás de ouvir dos meus olhos.
Terás de compreender os gestos.
As idéias. As solidões.

Não me transportarei mais.
Não darei um só mísero passo em tua direção.
Pois já estou manca e perneta.
Estou cega e muda.

Entristecida e sozinha.

E viverei assim,
às custas de um sonho que nem lembro mais porque sonhei.

0 diz pra mim, diz

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