Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

26.9.06

Dançarina de Tango

Ela inspira.

Reconhece seu corpo e equilíbrio.
Ela olha e encontra olhos nos quais confia.

Ela cresce o corpo e se atira.

Ele olha e a deseja.
Ele consome seu espaço,
movimentando os seus braços,
esperando que os passos,
os preencham.

Ele toca seu corpo.
Sustenta sua leveza.

Ela ama.
Se coloca em alta pose,
E ignora.

Mas logo volta e
sente falta.

Não esquece o toque,
Sente o quente.

Penetra a alma,
muito mais que o sexo.
Viaja em seu corpo,
Reconhecendo o caminho.

Ele retoma,
a torna.
Em si.
Em torno de si.

Ele a beija,
sorvendo toda a energia eterna e infinita
que aquela boca oferece.

Ela recebe o beijo e falece.
Falecimento do corpo,
Avivamento do espírito.

E volta.
A música termina,
mas o laço cresceu.

Ela agradece.
Ele sorri.


Sorriam.
E se amam mais.

1 diz pra mim, diz

Anonymous Anônimo disse...

que dor me faz sentir
a cena me fez lembrar
do dia em que ele me tirou pra dançar
era uma praça, era de dia,
era um tango e chovia
de fato desfaleci
e iludida, me senti
amada
qual não seria a minha surpresa
descoberta infeliz
de que aquele, outrora
cavalheiro, não dançaria mais comigo
um verdadeiro
cavalo

10:07

 

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