Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

1.12.06

Par Avión

Que vontade maluca de te dar um beijo. Tenro. De carinho verdadeiro. De companhia. Que vontade incontrolável de amizade. De passar a mão cuidadosa em teus cabelos. De te ouvir dormindo. De te ouvir falando. Te ouvir pensando. Baixo e alto. Que vontade de mostrar pra você tudo o que eu fiz. Foi pouco, deu um pouco errado. Mas “Tudo bem”. Ficou bonito.

- Vem aqui e te aconchega.

Quero te contar uns filmes que vi. Discutir um pouco e me irritar com meias na sala. Quero olhar para trás e ver que não posso mais mudar tanto quanto podia antes. Mas “Tudo bem”. Ficou bom assim. É fácil se acertar. É fácil brigar também. Eu vou cuidar. Espernear às vezes de chilique inquieto. Mas aí vou pensar de novo. E você vai se chatear. Mas “Tudo bem”. Ficou chato. Mas “Tudo bem”.

- Vamos dormir, que já é tarde.

Quero testemunhar tua vida. Não acredito mais em vidas passadas nem futuras. Tudo o que somos acaba aqui. É uma história única ligada ao ritmo do corpo que sua. Que vive, experimenta. E eu não queria deixar marcas esparsas. Letras desenhadas no papel. Não basta. Quero ter marcas de outros. Mais de perto. E crescer ainda. Mais. Não está bom assim. Mas “Tudo bem”. Ficou claro.

- Ó, o teu leite já tá pronto.

Vida de sorteios-estatísticos. Nunca tive sorte com os números.

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