Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

10.6.06

Raiva

Um sentimento que invade entranhas.

Calma.
Controlada. Naquela jaula dos sonhos.
Aquela jaula que contém o que não há de ser contido.

Eu não acredito que o lobo deva morrer de fome!

Eu alimentarei o lobo!

Continuo dando seu leite.
Dou-lhe minhas tetas embebidas,
e ele rasga minhas entranhas invadidas.
Faz evadir o meu sangue. Que pulsa, ainda.

Sairá sujo.
Da raiva contida.
O ódio que não traz em si a calma.
O torpor que não traz em si a paz.
O choro que soluçando, não soluciona.

Não há mal que sempre dure.
Não há bem que nunca acabe.

A força grita. O controle permite.
Os dedos não acompanham.
O corpo quer gritar.
E voar.
Saltar. E morrer.

Livre!

E só.

Só.

Só.



O lobo sairá;
Verá a luz;
Verá o sol;
E o cachorro amor de todos.

E os dois serão um.
Embebidos do sangue e do leite.
De ambos.

0 diz pra mim, diz

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