Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

2.12.06

Ponto Cego

Um começo de caminho.
O encontro imediato e impreciso.

Segue passo-ante-passo, marca-passo, percebendo a importância do toque dos seus pés ao chão. Mais do que nunca, seus pés estão ligados ao chão. Sente o movimento dos seus músculos que sustentam suas pernas, seu corpo e seus desejos. Eles encostam confiantes no chão. Um-após-outro. E enquanto um toca, o outro se prepara para um mergulho inseguro-incerto onde os sentidos não permitem que se previna o desencontro. Ou encontro inesperado. A cada novo mergulho invertido da gravidade, busca os anteparos que brilham aos seus pés. Os seguros-suportes que reluzem às suas mãos. E aberta, se permite sonhar com o novo a cada momento. Agora o espaço entre suas idéias e seus limites é de um braço. E de uma perna. Dos seus braços e das suas pernas. É com a arquitetura do toque que seu mundo se constrói. E menos um sentido trabalha a favor da antecipação. É preciso aguardar. É preciso esperar que o tempo alcance o tamanho dos seus braços e das suas pernas para que possa ver o que de novo há por vir. Agora.

É preciso.
Ver com toque,
Em desfoque,
O áspero-doce
Presente de decisões
Mais precisas.

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