Metaforia Constante de Olhos que Ouvem Vida [ou resgatam o trauma da boca calada]

23.10.09

pedra de sal

"Pro rodear das águas escolhidas
De tão pressa foi
Doeu, doeu, doeu, doeu, doeu."
(Júnio Barreto, Bonita de Pedra e Céu)


O gosto do sal rasgava narinas. Ouvi as fissuras abrindo-se em torno das cordas com todos os nós. Grito vira fumaça debaixo da água. Estive presa em minhas próprias cordas. O mundo é um negrume estanque e tortuoso. E eu cinza-morta. Um dia impestuosa Salácia dispôs, Para vida, tua essência. Consumada, flutuei semi-extinta. Calçada pelo talo suficiente: foram minhas cordas-de-voz enraizadas no fundo do poço infinito, que prendiam com nós os meus pés e deixavam a boca engasgar. Anestesia da água. De ar. Com sal.

Vinte e oito anos a-vagar.

15.10.09

Cada Um

Um poço complexamente insignificante diante do
mundo.